O Afeto que Impulsiona sua vida pode estar te levando à exaustão
Há um lugar dentro de nós onde mora a centelha que levanta o corpo de manhã e abre os olhos para o mundo.
Não é obrigação, nem rotina: é desejo. É a vibração curiosa que sussurra “há algo lá fora (ou aqui dentro) que vale a pena conhecer”.
Na neurociência afetiva, Jaak Panksepp chamou esse movimento de SEEKING — o sistema primário que nos convida a buscar, explorar, transformar.
Quando o SEEKING pulsa saudável, sentimos que há chão e horizonte. É o ímpeto de começar um projeto, visitar um lugar novo, fazer uma pergunta sem saber a resposta. É a energia que nos faz seguir uma intuição, abrir um livro, mandar uma mensagem que pode mudar o dia.
Mas o SEEKING também conhece suas sombras.
Quando bloqueado, veste a roupa pesada da apatia, da falta de sentido, do “tanto faz”.
Quando acelerado demais, vira inquietação, compulsão por estímulo, ansiedade que corre à frente do corpo.
É como se a alma se perdesse entre a pressa e o vazio.
Hoje, as redes sociais aprenderam a acionar nosso SEEKING como quem toca um botão.
Notificações, feeds infinitos, vídeos rápidos: pequenos lampejos de novidade que nos mantêm em busca constante… mas quase nunca saciam.
E então seguimos procurando, como quem anda num labirinto de portas que não levam a lugar algum.
A boa notícia é que o SEEKING pode ser educado.
Não com repressão — ele não é inimigo — mas com direção.
Podemos lembrá-lo de buscar o que nutre, não apenas o que distrai.
Podemos oferecer a ele propósitos claros, pausas para respirar, e espaços onde a curiosidade encontre resposta verdadeira.
Na prática terapêutica e simbólica, reconheço o SEEKING quando um paciente me diz:
“Eu não sei o que quero, mas sei que não é isso que estou vivendo.”
“Tenho mil ideias, mas não consigo parar para me organizar e focar em alguma.”
“Sempre que começo, já estou pensando no próximo passo.”
Nessas horas, é preciso devolver ao SEEKING um chão onde ele possa caminhar sem se perder.
No sistema dos Florais de Bach, algumas essências que dialogam com esse afeto são:
Wild Oat — para quem busca sem saber o quê.
Hornbeam — para quem deseja, mas sente que não tem energia para começar.
Gentian — para reacender a perseverança após tropeços.
Clematis — para enraizar sonhos no presente.
O SEEKING, quando respeitado, é uma bússola viva.
Quando escutado, ele nos guia a experiências que realmente alimentam, não apenas ocupam.
Quando desregulado, pode nos deixar correndo em círculos, exaustos de tanto buscar o que não preenche.
Talvez, no fundo, ele não esteja perguntando “o que há lá fora?”, mas sim “onde é que eu me encontro, aqui dentro?”.
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